quarta-feira, 15 de julho de 2009

Conselho decide arquivar processo contra Edmar Moreira

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou nesta quarta-feira o arquivamento do processo contra o deputado Edmar Moreira (MG), por 9 votos a 3 e duas abstenções. O arquivamento foi proposto pelo terceiro relator do caso, deputado Sérgio Brito (PDT-BA).

De acordo com Sérgio Brito, o uso de verba indenizatória por um deputado para o pagamento de serviços prestados por empresas de sua própria família só passou a ser proibido a partir de 7 de abril deste ano, quando foi baixada a portaria 7/09. O relator considerou, então, que até a publicação da portaria esse procedimento não era uma infração.

Ele alegou também que o conselho não conseguiu reunir provas, apenas "meros indícios" de irregularidade por parte de Edmar Moreira. Não se obteve provas, por exemplo, segundo o relator, de que os serviços não tenham sido prestados.

Prazo para recursos
O presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), explicou que o parecer agora será encaminhado à Mesa Diretora. Haverá um prazo de cinco sessões para eventuais recursos para apreciação do parecer pelo Plenário. Caso contrário, o caso será encerrado.

José Carlos Araújo disse que não vai tomar a iniciativa de propor o recurso, mas se outro parlamentar o fizer ele assinará o pedido. Para ser protocolado, o recurso precisa da assinatura de 51 parlamentares, além de votação em Plenário.

Sobre a falta de provas, o presidente do conselho ressaltou que há um projeto em tramitação (PL 5174/09) exatamente para garantir mais poderes ao colegiado e, dessa forma, assegurar maior eficácia às suas investigações.

Afastamento
O primeiro relator do processo contra Edmar Moreira, deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), anunciou que vai pedir seu afastamento do conselho. Ele disse que está decepcionado com a decisão do colegiado e que não vai propor ou apoiar qualquer proposta para reverter a decisão do conselho. "É preciso reconhecer quando fomos derrotados. No Plenário não seria diferente", disse.

Fonteles criticou o argumento usado por Sérgio Brito para pedir o arquivamento do processo - o de que o uso da verba indenizatória para pagamento de serviços prestados por empresas de familiares de deputados só passou a ser infração depois da publicação de portaria da Câmara. "Dizer que não havia regra é ignorar os princípios da Constituição Federal", ressaltou.


Vejam como votaram os deputados

Votaram contra o arquivamento:
Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)
José Maia Filho (DEM-PI)
Nazareno Fonteles (PT-PI)

Votaram a favor do arquivamento:
Nelson Meurer (PP-PR)
Sérgio Moraes (PTB-RS)
Mauro Lopes (PMDB-MG)
Uzenir Rocha (PSDB-RR)
Abelardo Camarinha (PSB-SP)
Sergio Brito (PDT-BA)
Lucio Vale (PR-PA)
Paulo Piau (PMDB-MG)
William Woo (PSDB-SP)

Abstenções
Hugo Leal (PSC-RJ)
Ruy Pauletti (PSDB-RS)

Comentário:

Gravem bem estes nomes que votaram a favor do arquivamento.

Na próxima eleição, faça o favor de não votar novamente neles!!

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